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Foto do escritorAntônio Filipak

A Nova Iguaçu Histórica

”CAMINHOS” - Colonizadores


Os franceses invasores, aliados do Tupinambá-Tamoio, foram expulsos e o indígena dizimado em combate. O português colonizador embrenhou-se pelo interior, e outros fincaram raízes às margens, inicialmente, dos rios Meriti, Sarapuí, Iguassú, Inhomirim, Estrela e Magé. Assim, foram surgindo engenhos, no beneficiamento da cana-de-açúcar e olarias. E, as margens navegáveis do rio Iguassú, foram surgindo portos. A Freguesia de Jacutinga (Nome Tupi) foi uma das mais antigas. Em 1565, em defesa das terras dominadas, do recôncavo da baía de Guanabara, são criadas as sesmarias.


Com as doações e aquisições de propriedades, os monges beneditinos foram aumentando seus domínios na região. A mais antiga Fazenda desta Baixada (Fluminense) foi a dos beneditinos. O Mosteiro de São Bento, as margens do rio Iguassú, localizava-se em terras que hoje pertencem ao Município de Duque de Caxias.



Com a descoberta do ouro, nas Minas Gerais, surgiu o “Caminho Novo das Minas”, facilitando o trajeto, na floresta serrana, do transporte, principalmente ouro e pedras preciosas. Este caminho, muito íngreme, para o tropeiro e suas tropas provocou a abertura do “Caminho do Proença”. E, para evitar os pântanos e a navegação, surge o “Caminho de Terra Firme”, passando por “Maxambomba”, estimulando o aparecimento de vários “Pousos de Tropeiros” e capelas que serviam de paradas para as preces.


Inicialmente, a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, foi abastecida por produtos hortigranjeiros, oriundos da Baixada e de “serra - acima”. A produção de ouro, que chegava em grande quantidade para exportação, supera de toda a América, abastecendo em toneladas a Europa.


Com idas e vindas, o deslocamento comercial pela “Estrada Real do Comércio”, idealizada em 1811, torna-se mais movimentada com o calçamento, facilitando o escoamento das sacas de café, produzido na “Serra de Tinguá”, e cafezais do Vale do Rio Paraíba do Sul.


O Município de Iguassú foi criado em 15 de janeiro de 1833. A Vila de Iguassú (Local que ficava a Administração Municipal) governou seis freguesias: Freguesia de N. S. da Piedade do Inhomorim, N. S. do Pilar, São João de Meriti, Sto. Antônio de Jacutinga, N. S. da Conceição de Marapicú e N. S. da Piedade do Iguassú.


Estrada de Ferro

Dando início à era industrial do País, em 1835, um decreto sancionado pelo então imperador Dom Pedro Segundo autoriza a construção da estrada de ferro da capital do império, Rio de Janeiro, para as Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. Mas, somente em 1858, após fortes chuvas e a morte de 5000 chineses vitimados pela malária, é que o primeiro trecho de 48 km, saindo da Corte com paradas no Engenho Novo, Cascadura, Maxambomba e Queimados foi inaugurado. Mais tarde, seguindo o projeto original a ferrovia foi estendida a freguesia de Belém e Menino Deus, atual Japeri.


Com a implantação do principal acesso da ferrovia, a Estrada Real do Comércio teve sua procura reduzida bem como o porto de Iguassú. Vilas de Comércio foram se destacando com a chegada de novos moradores construindo suas moradias nas proximidades das estações. Outras ferrovias como a Estrada de Ferro Rio d'Ouro chamado “ferrovias das águas” tinham sua importância na captação de águas do maciço do Tinguá para o abastecimento do Rio de Janeiro. Passando por reformas em 1886 esta via férrea recomeça no transporte de cargas e de passageiro.

Em 1875 é inaugurada a sede da suntuosa Fazenda São Bernardino, arquitetura clássica do século XIX, de propriedade de Bernardino José de Souza e Mello, na expectativa do retorno do progresso, a Villa de Iguassú. O que não ocorreu frustrando o proprietário e seus familiares.


Com o crescimento local, Maxambomba, passou a ser, em 1891, “Cidade” e, a 20 de junho foi instalada a Câmara do Município às margens da ferrovia. A área da extinta Vila de Iguassú passou, então a ser denominada de “Iguassú Velha”.



Citricultura

O ciclo comercial do cultivo da laranja começa dá frutos, em 1909. Mas, os primeiros plantios datam da época da escravidão. Com a venda de terras e loteamentos a preços baixos estimulados pelo governo, sítios expandiram seus laranjais ladeando os trilhos da estrada de ferro.

As exigências do mercado internacional obrigaram a mecanização dos barracões e a sofisticação das embalagens, Getúlio Vargas, inaugura em 1931, um dos maiores barracões, armazenando o equivalente a Um Milhão e Duzentos Mil caixas de laranjas. A expansão da exportação da laranja faz com que Nova Iguaçu venha ser reconhecida internacionalmente como a “Cidade Perfume”.


As Rodovias

O auge da estrada ferro vai até o surgimento do governo Juscelino Kubitschek (55 e 60) com abertura de estradas e novas indústrias. Antes, mesmo, importantes vias expressas são inauguradas como, por exemplo, a construção da Av. Brasil, em 1946, da Washington Luís (Rio-Petrópolis) e da Rodovia Pres. Dutra (Rio-São Paulo), em 1951, sendo a de maior circulação do País e de grande importância econômica por atravessar a rica região do Vale da Paraíba, cortando o município de Nova Iguaçu e outros da Baixada Fluminense. O desenvolvimento seguirá o seu caminho com a construção da RJ-109, arco metropolitano interligando o desenvolvimento econômico e social dos diversos Municípios ao porto de Sepetiba.

Tais “Caminhos” percorridos nas “Águas”, em barcaças por rios e afluentes, pela “Selva”, em lombos de mulas puxados por tropeiros, pelas estradas de “Ferro”, em trens que cortavam vilas e cidades ou pelo “Asfalto”, no transporte em caminhões e carros, bradam em pleno século XXI, ainda que longe dos índices de igualdade do primeiro Mundo, a continuidade do crescimento econômico da Baixada Fluminense.


Concepção, Redação e Pinturas: Antônio Filipak - Redação e Revisão: Ney Alberto.


COPYRIGHT 2011 Antônio Filipak - Direitos de criação reservados ao autor. Editado e produzido por: www.arteoriginada.com.br -filipak@arteoriginada.com.br - Correspondência: Rua Comendador Francisco Barone 425 - Cep.: 26 250-070 - Nova Iguaçu - Rio de Janeiro - Tel: 51 - 21 - 2797 3402 - 9812 8885.


Proibida a reprodução total ou parcial salvo em citações com os devidos créditos. Dedico a minha querida filha Clara Nascimento Filipak - In Memorian ao meu irmão Fernando Filipak

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